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Com 188 mortes, 56% do
total, os gays são as principais vítimas da violência homofóbica,
seguidos das travestis, com 128 casos. As 19 vítimas lésbicas
representam o maior número de ocorrências registrado na história
da pesquisa, feita há 32 anos A pesquisa também contabiliza a morte
de dois bissexuais, casos de suicídio causados por pressões
homofóbicas e o assassinato de um rapaz heterossexual morto por
estar abraçado ao irmão. Os assassinos acharam que se tratava de
uma casal gay.
Segundo a pesquisa, em
89 casos foram identificados os assassinos, sendo que em 73% dos
crimes não há informações sobre a captura dos criminosos, o que
demostra alto índice de impunidade e um conduta considerada pela ONG
como "gravíssima homofobia institucional/policial".
Apenas um em cada
quatro homicidas foram identificados nos inquéritos policiais.
Destes, 17% tinham menos de 18 anos e 85% abaixo de 30 anos,
demonstrando alto índice de homofobia entre os jovens. E um em cada
cinco crimes foi praticado por dois ou mais homens, aumentando ainda
mais a vulnerabilidade da vítima. Predominam entre os criminosos
seguranças particulares, rapazes de programa e ocupações de baixa
remuneração.
Em números absolutos,
São Paulo é o estado com maior número de assassinatos, 45 no
total. Em termos relativos, Alagoas, com 18 homicídios, o
equivalente a 5,6 mortes para cada milhão de habitantes é o estado
mais perigoso para homossexuais. Com 45% dos casos de homicídio, a
Região Nordeste se caracteriza como a mais homofóbica do país,
seguida de Sudeste e Sul, que somadas têm 33% dos assassinatos;
Centro-Oeste e Norte, com 22%.
Visualizar QUEM AHOMOFOBIA MATOU HOJE em um mapa maior.
O Acre não registrou
nenhuma morte de homossexuais no ano passado. Mas os autores do
estudo alertam que de maneira generalizada há subnotificação desse
tipo de crime, o que leva a crer que os dados podem ser ainda piores.
“A subnotificação é notória, indicando que tais números
representam apenas a ponta de um iceberg de violência e sangue, já
que nosso banco de dados é construído a partir de notícias de
jornal, internet e informações enviadas pelas ONGs LGBT, e a
realidade deve certamente ultrapassar em muito tais estimativas”,
afirmou em nota o antropólogo da Universidade Federal da Bahia Luiz
Mott.
Entre as vítimas
levantadas na pesquisa, 7% tinham menos de 18 anos, 44% tinham menos
de 30 e 8%, mais de 50 anos. A vítima mais jovem tinha apenas 13
anos, a mais velha, 77. Wilson Brandão de Castro, proprietário de
uma sauna em Belo Horizonte, foi assassinado com sete tiros. Mas o
levantamento identificou na faixa etária entre 20 e 40 anos, com 57%
das vítimas, a maior vulnerabilidade à homofobia.
Em 115 assassinatos
foram usadas armas de fogo, em 88 armas brancas, em 50 as vítimas
foram espancadas, inclusive com pauladas, pedradas ou marretadas.
Oito vítimas foram queimadas. Constam ainda afogamentos,
atropelamentos, enforcamentos, degolas, asfixias, empalamentos,
violência sexual e tortura. Oito das vítimas levaram mais de uma
dezena de golpes ou projéteis, aponta o relatório.
Fonte: REDE BRASIL
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