Sintep-MT discute educação em direitos humanos e homofobia durante o Conselho de Representantes

Clóvis Arantes apresenta livro

No fechamento da semana em que celebrou o Dia Internacional de Combate a Homofobia (17/05), o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público – Sintep-MT discute a questão na abertura do Conselho de Representantes realizado no último sábado (19), em Cuiabá.

O professor da educação básica Clóvis Arantes, mestre em Educação, ex- diretor do Sintep-MT e pioneiro na militância do movimento LGBT no estado, falou sobre a atual conjuntura brasileira nas questões LGBT e destacou a importância do Programa Brasil sem Homofobia lançado em 2004 pelo Governo Federal, para os avanços obtidos. Por outro lado, lembrou que neste momento o Governo se encontra em débito com o movimento LGBT e sociedade brasileira, pelo veto ao material pedagógico denominado “Kit contra a homofobia”, elaborado para subsidiar os educadores no seu trabalho.

Na concepção de educação em direitos humanos, a escola tem papel importante no combate ao preconceito e a discriminação por qualquer que seja a motivação. “ A escola precisa discutir não a homossexualidade, mas os direitos humanos tendo o respeito como eixo fundante das relações”, ressaltou Clóvis Arantes.

Durante a sua participação, Arantes fez a apresentação do livro Gênero, Corpo e Ativismos, publicado pela Edufmt e lançado recentemente na Boate Zum Zum, que inclui produção de sua autoria. O professor entregou ao SINTEP um exemplar do livro com a seguinte citação de Boa Ventura S. Santos. "Temos o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza...Temos o direto de sermos diferentes, quando a igualdade nos descaracteriza". Ainda disponibilizou uma versão em PDF para inserir no Blog do Colétivo. 

Diante das contribuições dos educadores ao debate, Jocilene Barboza, vice-presidente do Sintep-MT destacou o momento histórico por esta discussão no espaço do Conselho de Representantes da entidade, enfatizando que com tal iniciativa, o sindicato segue demonstrando que reconhece a diversidade que o compõe, e que defende a educação como direito social fundamental, ou seja, para todos, conforme preconiza a lei. Assim as nossas escolas tem a responsabilidade de não “expulsar” mais estudantes pela homofobia, discriminação etnicorracial ou outros, completou.

Na oportunidade, a vice-presidente apresentou o jornal mural produzido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, lançando a Campanha de Combate a Homofobia na Escola, durante a semana de Combate a Homofobia. Ainda lembrou que as subsedes poderão fazer a discussão, pois o material já foi encaminhado pela direção do SINTEP/MT.

Marcha Nacional

Na condição de entidade sindical que discute a questão da diversidade sexual e integra o Coletivo Nacional LGBT da CNTE, o Sintep-MT esteve presente na programação que a antecedeu e na III Marcha Nacional de combate a Homofobia nos dias 15 e 16/05 em Brasília-DF, representado pelos companheiros Sérgio Pinheiro de Matos e Evaldir Fortunato dos Santos das subsedes de Juscimeira e Jaciara, Regional Sul II.